Breve Historial

Data: 02/04/2019

Em Moçambique, a partir de 1975, ano da sua Independência, quase todos os técnicos qualificados que dirigiam os vários departamentos colónias de fotografia, regressaram ao seu país de origem, deixando uma lacuna na área de comunicação visual.

Nos órgãos de Informação a situação não foi menos dramática, neles trabalhavam apenas 3 fotógrafos moçambicanos profissionais.

Foi nos jornais onde se iniciou um treino intensivo de uma nova geração de fotógrafos, paralelamente às solicitações diárias feitas aos fotojornalistas, sobrecarregando-os de maneira insustentável.

Em 1983, o Governo Italiano pôs a disposição, através da ONG COSV, os meios materiais bem como técnicos para a criação do Centro de Formação Fotográfica.

O Governo Moçambicano disponibilizou as Instalações, que tiveram que sofrer uma série de obras de adaptação, e nomeou o Fotojornalista Ricardo Rangel para dirigir o CFF. Também cabia ao Governo Moçambicano pagar o pessoal moçambicano assim como as despesas correntes da manutenção e as despesas de Administração.

Era a década de carências extremas, onde qualquer obra de adaptação, por mais pequena que fosse, exigia um esforço quase sobre-humano. Não havia cimento, não havia tintas, não havia madeira e por aí fora, mesmo assim conseguiu-se o impossível e graças ao fornecimento de equipamento e técnicos por parte do Governo Italiano, foi possível abrir o CFF em Fevereiro 1984.

O Governo já não podia subsidiar, na sua totalidade, uma escola de formação tão dispendiosa.

Assim foi-nos dado a autorização de produção, para, em parte auto financiar o CFF.

Portanto criou-se o Departamento de Produção, virado essencialmente para trabalhos de alta qualidade em preto e branco e revelação de slides. Era a única Instituição em Moçambique que revelava slides.

Em 1988, a ONG Dinamarquesa, MS, começou a colaborar connosco, disponibilizando - nos, a princípio uma técnica. Esta colaboração desenvolveu de modo muito positivo.

O grande volume de negativos que foram acumulados no arquivo do CFF por um lado, e a não-existência de um Arquivo - Nacional de Fotografia Post-Independência por outro lado, deu-nos o impulso para criar o Arquivo Nacional de Fotografia

Assim criou-se o Banco de Imagem como parte integrante do CFF.

O Estatuto Jurídico, aprovado, contempla esta componente e o CFF passou a chamar-se CDFF. Centro de Documentação e Formação Fotográfica. Decreto nº 36/98 de 14 de Julho.

O Banco de Imagem tem uma utilização sempre crescente por parte das mais diversas Estruturas sociais, comerciais, publicas e estudantes, assim como para feitura de livros para divulgar a realidade do País, comprovar os direitos dos cidadãos e a conservação da história visual do País.

Actualmente o CDFF aposta na criação do Arquivo Digital para que no futuro as imagens fotográficas possam ser divulgas e permitir pesquisa por via da internet em todo Mundo.